Idson Ricart - Ascatumbalacobaco

Ascatumbalacobaco


Ascatumbalacobaco, pau no curso do riacho,
Pororoca em Pirapora,
Desce o 'mí', Judas piora.
O jumento no roçado.
Tacapi. Cajá. Tá dura a ata doida pra cair.
Pelo buraco, a cobra embriagada.
Na vereda de preá tatu caminha dentro
Fazendo num sei o que lá.
Tarzan em terra minha foi o filme que passou,
Num motel lá na Amazônia que eu fui com meu amor.

Acho que estou ficando louco!
Acho que estou ficando louco!
Acho que estou ficando louco!
Acho que estou ficando gagá!

Não tem dinheiro. Não tem casa. Não tem nada.
O ser que não é não tem.
O ser que não tem não é.
Se não comprar roupa de marca, carro novo,
E deixar de comer ovo,
O ser não será nem é.
É o consumo entrando pelo rego, fumo,
Pra comprar os absurdos no mercado da ilusão.
Compraram crack mais caro que o Ronaldinho,
Mas foi por causa de um fininho que eu andei no camburão.

Mane com Pedro, Chico Bunda, Zé Rodela.
Cada qual com uma cadela no sertão do Jatobá.
Caguei no trem, me limpei na manivela
O cobrador felá-da-puta me jogou pela janela.
Ô cabra véio da cabeça de escapole,
Tua venta é um fole do ferreiro fuliá.
Tuas narinas aspiram quilos de farinha:
Prefiro ficar fedendo só vendo você cheirar!

Menino cheirando cola!
Menino fora da escola!
Menino pedindo esmola!

Um dia de aventura,
Abri a porta e fui cagar na rua.
A bosta endureceu,
Passou um jipe e furou o pneu.
Levaram pra prefeitura, examinaram era bosta dura.
E me levaram para o xadrez, mas se duvidarem eu cago outra vez!